Você paga caro pelo
seu condomínio? Entender os custos envolvidos é essencial para avaliar se o
preço é justo.
A maioria dos condôminos tem uma visão de que a taxa de
condomínio é uma obrigação para contribuir com a manutenção do prédio. Essa
visão não está incorreta, mas você realmente sabe o que compõe esta taxa de
condomínio?
Os valores pagos em
condomínio são definidos de acordo com diversos critérios, como a quantidade de
moradores, funcionários e os itens de lazer. Entender quais são as despesas
envolvidas é mais eficiente para avaliar se o valor pago é justo ou não do que
suposições simplistas de que a mensalidade é cara demais para um prédio que nem
tem piscina.
Segundo o
vice-presidente da Aabic (Associação das Administradoras de Bens Imóveis e
Condomínios de São Paulo), Fábio Kurbhi, a taxa do condomínio é formada por
dois componentes: as despesas ordinárias e as despesas extraordinárias.
As despesas ordinárias
englobam custos com manutenção do empreendimento, como luz e água das áreas
comuns, contratos de manutenção de elevador e bombas, seguros e mão de obra,
entre elas, zelador e porteiro.
Despesas
extraordinárias podem ser classificadas como os gastos com reforma, como
repaginação da fachada ou implementação de algum serviço. No entanto,
estes custos são temporários e só podem ser cobrados mediante uma apresentação
prévia do orçamento das empresas que irão realizar o serviço e a aprovação dos
condôminos.
Prestação de contas
Apesar de os itens de
lazer contarem pontos na venda do imóvel, este não é o principal fator de
influência dos preços, mas sim o rateio, uma vez que quanto mais moradores
pagam, menor será o valor que cada um vai pagar.
A localização dos
imóveis também pode influenciar o preço, sobretudo pelo tipo do empreendimento
e pelos custos de vida próprios de cada lugar. Segundo pesquisa da Lello, da
área de administração de condomínios no estado de São Paulo, o valor do
condomínio chega a variar até 117% na cidade de São Paulo.
Despesas Fixas
Todo condomínio tem
despesas fixas mensais, mas algumas podem não ser tão evidentes. A maior
despesa é com o quadro de funcionários. “Este custo ocupa em média de 55% a 64%
dos gastos totais”, explica Omar Anauate, diretor de condomínio da Associação
Administradora de Bens Imóveis de São Paulo (Aabic).
Dentro do custo com
pessoal, incluem-se também encargos como INSS e FGTS, como alimentação e décimo
terceiro. Existem também encargos envolvidos em serviços prestados ao
condomínio, como o ISS (Imposto Sobre Serviço).
Depois dos gastos com
pessoal e encargos, as maiores despesas são as contas de água e energia. E em
seguida, a manutenção do prédio, que pode incluir custos de conservação de
elevadores, piscinas, revisão de pára-raios e outros.
Os gastos
administrativos também compõem as despesas fixas. São custos bancários, o
pagamento da administradora do condomínio e a isenção do síndico. “Cerca de 75%
dos prédios isentam o síndico do pagamento do condomínio”, comenta Anauate.
Por fim, entram também
gastos eventuais e gerais. Os gerais seriam os valores despendidos com
cartório, correio, materiais de limpeza, etc. E nos eventuais, entram gastos
com imprevistos, como o conserto de um portão quebrado ou uma reforma, que
também envolve despesas com materiais de construção.
Os itens de lazer como
piscinas, academias e quadras, podem valorizar o imóvel, mas não são os maiores
fatores de impacto no preço e seus custos mensais são incluídos nos gastos com
manutenção e com funcionários. “A piscina não tem um custo mensal alto, ela
eleva o padrão do prédio, mas a água não é trocada com tanta freqüência, então
gastos com funcionários, com energia e água são muito mais relevantes para o
valor do condomínio do que as despesas de uma piscina”.vale ressaltar que se a
área de lazer for como um clube – e não incluir apenas uma piscina ou uma
quadra simples, com baixos custos de manutenção – este item pode ser mais
relevante para a taxa condominial do que outros. Segundo a Lello, o gasto médio
mensal total nos chamados prédios padrão, com 64 apartamentos e valor de
condomínio individual de 400 reais, é de 25.000 reais, enquanto o de
condomínios do tipo clube é de 150.000 reais.
Tabela de despesas
A Aabic realiza
mensalmente uma pesquisa com 400 condomínios para verificar as despesas médias
dos condomínios na cidade de São Paulo. Ainda que a pesquisa aborde apenas uma
cidade, independente da região, os dados podem mostrar qual é a divisão média
de gastos de um condomínio e como eles variam conforme o tamanho do seu
apartamento. Veja a seguir os resultados do mês de abril.
Prédios com
apartamentos com três dormitórios
Em apartamentos com
mais de um dormitório, a Aabic faz uma divisão entre padrão A e B. O padrão B
seria um condomínio com uma área comum pequena, ou sem área comum, com menos
segurança e com apenas uma vaga ou sem garagem. O padrão A seria de um
condomínio com mais segurança e com uma área comum maior, que tenha piscina
e/ou salão de festas e/ou quadra esportiva.
Tipo de Despesa
|
Padrão A / valor (R$)
|
Padrão B / valor (R$)
|
Pessoal
|
14.897
|
13.312
|
Encargos
|
5.513
|
4.894
|
Benefícios
|
651
|
651
|
Água
|
3.426
|
2.981
|
Energia
|
1.633
|
1.385
|
Manutenção
|
2.618
|
2.468
|
Material de Construção
|
396
|
348
|
Administração
|
2.561
|
2.446
|
Gerais
|
945
|
1054
|
Eventuais
|
1.999
|
1.653
|
Total
|
34.640
|
31.191
|
FONTES: http://www.imobiliariaemribeiraopreto.com
http://exame.abril.com.br
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